O Nascimento da Excelência: Crença

“O homem é o que ele acredita”.
Anton Tchecóv

Sempre pensamos em crenças no sentido de credos ou doutrinas e muitas crenças o são, mas no sentido básico, uma crença é qualquer princípio orientador, máximas, fé ou paixão que pode proporcionar significado e direção na vida.

Estímulos ilimitados estão disponíveis para nós. Crenças são os filtros pré-arranjados e organizados para nossas percepções do mundo. São como comandos do cérebro. Quando acreditamos com convicção que alguma coisa é verdade, é como se enviássemos um comando nosso cérebro de como representar o que ocorrendo.

As crenças são compassos e os mapas nos guiam em direção às nossas metas e nos dão a certeza de saber que chegará lá. Sem as crenças ou a capacidade de entrar nelas as pessoas podem ser totalmente enfraquecidas. São como um barco um barco a motor, sem motor ou com um leme.

Com as crenças orientadoras fortes, você tem o poder de tomar medidas e criar o mundo o qual quer viver. As crenças ajudam-no a ver que quer e lhe confere para obtê-lo. Quanto mais aprendemos sobre o comportamento humano, mais compreendemos sobre o extraordinário Poder que as crenças têm em nossas vidas.

Esse poder desafia de várias formas os modelos lógicos que muitos de nós possuímos. Mas é claro que, mesmo no âmbito da fisiologia, as crenças (representações internas coerentes) controlam a realidade. Não muito tempo foi feito um notável estudo sobre esquizofrenia. Um dos era o de uma mulher com personalidade dividida. Normalmente, seus níveis de açúcar no sangue eram completamente normais. Mas quando acreditou que estava diabética, toda a sua fisiologia mudou para tomar-se uma diabética. Sua crença se tornará sua realidade.

No mesmo sentido, houve numerosos estudos em que uma pessoa em transe hipnótico era tocada com um pedaço de gelo, representado para ela como um pedaço de metal quente. Todas as vezes apareceu uma bolha no lugar do contato. O que contava não era a realidade, mas a crença, ou seja, a comunicação diretas não questionada pelo sistema nervoso. O cérebro simplesmente faz o que é mandado. 

A maioria de nós conhece o placebo. Pessoas a quem diz que uma droga terá um certo efeito muitas vezes experimentarão esse efeito, mesmo quando recebem uma pílula inócua, sem propriedades ativas. Norman Cousins, que aprendeu em primeira mão o poder da crença, ao eliminar sua própria doença, concluiu: “As drogas não são sempre necessárias, mas a crença na recuperação sempre é”. Um notável estudo sobre placebo refere-se a um grupo de pacientes com úlceras supuradas. Estavam divididos em dois grupos. Foi dito às pessoas de um dos grupos que receberiam uma nova droga que, certamente, produziriam alívio. As do segundo grupo foi dito que iam receber uma droga experimental sobre cujos efeitos se sabia muito pouco. Setenta por cento das do primeiro grupo tiveram alívio significativo. Somente vinte e cinco por cento das do segundo grupo tiveram resultado semelhante. Em ambos os casos, os pacientes receberam uma droga sem nenhuma propriedade medicinal. A única diferença foi o sistema de crença que adotaram. A única constante que afetou com mais força os resultados foi a crença, as mensagens consistentes e coerentes enviadas ao cérebro e ao sistema nervoso. Apesar de todo seu poder, não há magia confusa no processo. A crença não é mais que um estado, uma representação interna, que governa o comportamento. Pode ser uma crença fortalecedora numa possibilidade, a crença de que seremos bem-sucedidos em alguma coisa ou de que realizaremos algo mais. Pode ser uma crença enfraquecedora, a crença de que não seremos bem-sucedidos que nossas limitações são claras, insuperáveis, esmagadoras. Se você acredita em sucesso, ficará fortalecido para consegui-lo. Se acredita em fracasso, sua crença tenderá a levá-lo para o caminho que faz provar o fracasso. 

Lembre-se: que você diga que pode fazer alguma coisa ou diga que não pode, você está certo. Ambas as espécies de crença têm grande poder. A questão é: que espécie de crença é melhor ter e como desenvolvê-la? 

O nascimento da excelência começa com nosso reconhecimento de que nossa crença é uma escolha. Em geral, não pensamos nela dessa forma, mas a crença pode ser uma escolha conscienciosa. Você pode escolher crenças que o limitem, ou que o apóiem. O truque é escolher crenças que contribuam para o sucesso e os resultados que queira, e descartar as que o retardam.

A crença é a entrada para a excelência, precisamente por não haver nada separado ou estático nela. É nossa crença que determina quanto de nosso potencial seremos capazes de liberar. Você pode escolher crenças que o limitem, ou que o apóiem. O truque é escolher crenças que contribuam para o sucesso e os resultados que queira, e descartar as que o retardam. A crença é a entrada para a excelência, precisamente por não haver nada separado ou estático nela.

É nossa crença que determina quanto de nosso potencial seremos capazes de liberar. As crenças podem liberar ou deter o fluxo de idéias. Imagine a seguinte situação. Alguém lhe diz: “Por favor, passe-me o sal”, e, enquanto você vai para a sala ao lado, diz: “Mas eu não sei onde ele está”. Depois de procurar durante uns
poucos minutos, você grita: “Não consigo encontrar o sal”.  

Então, aquela pessoa dirige-se para lá, pega o sal na prateleira bem na sua frente e diz: “Olhe aqui, seu bobo, está aqui, bem na sua frente. Se fosse uma cobra, teria picado você”. 

Quando você disse: “Eu não consigo”, deu a seu cérebro um comandoe para não ver o sal. 

Em psicologia chamamos a isso de escotoma, mancha imóvel que ocupa uma fonte do campo visual. Lembre-se, toda experiência humana, tudo que você já disse, viu, ouviu, sentiu, cheirou ou degustou, está arquivado em seu cérebro. Quando diz coerentemente que não pode se lembrar, está certo. Quando diz que pode, você está dando uma ordem a seu sistema nervoso, que abre os caminhos para a parte do cérebro que tem capacidade de dar as respostas necessárias.

“Eles podem porque pensam que podem.”
 Virgílio

Assim, outra vez, o que são crenças?
São abordagens para a percepção pré-formadas, pré-organizadas, que filtram nossa comunicação para nós mesmos, de uma maneira consistente.

De onde vem as crenças?
Por que algumas pessoas têm crenças que as empurrará na direção do sucesso, enquanto outras têm crenças que só as ajudam a falhar? Se vamos tentar modelar as crenças que favorecem a excelência, a primeira coisa que precisamos descobrir é de onde vêm essas crenças.

A primeira fonte é o ambiente.
É aí que os ciclos de sucesso, que estão produzindo sucessos, e os de fracasso, que estão produzindo fracassos.
O verdadeiro horror da vida no gueto não são as frustrações e privações diárias. As pessoas podem superá-las. O verdadeiro pesadelo é o efeito que o ambiente tem nas crenças e sonhos. Se tudo que vê é fracasso e desespera, muito difícil para você formar representações internas que favoreçam o sucesso. Se você cresceu na pobreza e desespero, é daí que vêm seus modelos de possibilidade. Albert Einstein disse: “Poucas pessoas são capazes de expressar com equanimidade opiniões que diferem dos preconceitos de seu ambiente social. A maioria das pessoas é até incapaz de formar tais opiniões. O ambiente pode ser, sozinho, o mais potente gerador de crenças, mas não é o único. Se fosse, notaríamos num mundo estático, onde as crianças ricas só conheceriam a riqueza, e as pobres nunca subiriam acima de suas origens, mas há outras experiências e meios de aprender que também podem ser incubadoras de crença. 

Acontecimentos, pequenos ou grandes, podem ajudar a criar crenças. Há certos acontecimentos em nossa vida dos quais a gente nunca se esquece. 

Um terceiro cantinho para criar crenças é por meio do conhecimento.
Uma experiência direta é uma forma de conhecimento. Outra é obtida pela leitura, vendo filmes, vendo o mundo como é retratado por outros. O conhecimento é uma das grandes maneiras de quebrar as algemas de um ambiente limitador. Se puder ler sobre as realizações dos outros, pode criar as crenças que lhe permitirão ser bem-sucedido.

Um quarto caminho para criar resultados é por meio de nossos resultados passados.
A maneira mais certa para criar a crença de que você pode fazer alguma coisa é fazê-la uma vez. Só uma vez. Se você for bem-sucedido uma vez, é bem mais fácil formar a crença de que fará novamente com sucesso. Acreditar que algo pode ser feito torna-se uma profecia auto-realizadora. 

O quinto caminho para estabelecer crenças é por meio da criação em sua mente da experiência que deseja no futuro, e como se tivesse aqui e agora. Assim como as experiências passadas podem mudar as experiências internas – fazendo, desse modo, com que aquilo em que você acredita passe a ser possível -, elas também podem mudar as experiências imaginárias de como você quer que as coisas sejam no futuro. Chamo isso de resultados experimentais antecipados. Quando o resultado que trem a sua volta não está apoiando para que você possa ficar num estado rico e efetivo, você pode simplesmente criar o mundo da maneira que quer que seja, entrar na experiência, mudando assim seus estados, suas crenças e suas ações. 

Afinal, se você é um vendedor, é mais fácil vender 10 mil ou 100 mil dólares? A verdade é que é mais fácil vender 100 mil. Deixe-me dizer-lhe por quê. Sua meta é vender 10 mil, o que está tentando é conseguir suficiente pagar as contas. Se essa é sua meta, se isso é o que representa para si mesmo como sendo o motivo para trabalhar com tanto afinco, você pensa que ficará num estado excitante, fortalecido, rico de recursos, enquanto trabalha? Você fica fervilhando de excitação quando pensa: “Amigo, tenho de ir trabalhar a fim de conseguir o suficiente para pagar minhas contas nojentas”? Claro que dinheiro não é a única maneira de você se motivar.

Qualquer que seja sua meta, se criar em sua mente uma imagem clara do resultado que quer e representá-lo para si mesmo como se já o tivesse alcançado, então você entrará nas espécies de estados que o apoiarão para criar os resultados que deseja.

Todas essas coisas são meios para mobilizar crenças. A maioria de nós forma suas crenças ao acaso. Nós absorvemos coisas — boas e más — do mundo em nossa volta.

Você pode controlar suas crenças. Pode controlar as maneiras como modela os outros. Pode, conscientemente dirigir sua vida. Pode mudar. Se há uma palavra chave, neste artigo ela é mudança.

Quais são algumas crenças que você tem sobre quem é você e do que é capaz?

Por favor, espere um momento e anote rápido cinco, crenças chave que o limitaram no passado.

Agora faça uma lista de pelo menos cinco crenças positivas que podem no momento, servir para apoiá-lo a alcançar suas metas mais altas.

Se você tem sistemas de crenças negativas agora já deve saber que tipos de efeitos prejudiciais eles têm. Mas é essencial compreender que os sistemas de crenças não são mais imutáveis. Suas representações internas e crenças trabalham da mesma forma Se você não gostar delas, pode trocá-las. 

Todos nós temos uma hierarquia, uma escala de crenças. Temos crenças profunda, coisas que são tão fundamentais que morreríamos por elas — coisas que são ideia, sobre patriotismo, família e amor, mas grande parte de nossas vidas, governada por crenças sobre possibilidades, sucesso ou felicidades até adquirimos, inconscientemente, durante anos. 

A chave utilizar essas crenças de ter certeza que trabalharam para você, que elas ao efetivas e fortalecedoras. De onde vêm suas crenças pessoais? Vêm do homem médio da rua? Vem da televisão e do rádio? Vem de quem fala mais e mais alto? 

Se você quer sucesso, é mais inteligente escolher suas crenças com cuidado do que sair por aí como um pedaço de papel pega-mosca, aceitando qualquer crença que fique presa nele. Uma coisa importante para compreender é que os potenciais que liberamos, os resultados que conseguimos, são todos parte de um processo dinâmico que começa com a crença. 

Gosto de pensar no processo em termos do seguinte diagrama: 

Digamos que alguém tem uma crença de que é ineficaz em alguma coisa. Digamos que ele fique dizendo que é um mau estudante. Se tem expectativas de fracasso, quanto de seu potencial vai liberar? Não muito. Ele já disse a si mesmo que não sabe. Já sinalizou a seu cérebro para que espere fracasso.

Sucesso alimenta sucesso e gera mais sucesso, e cada sucesso cria mais crença e momentos para serem bem-sucedidos numa escala até mais alta. Pessoas de sucesso progridem? Certo que sim. Crenças afirmativas sempre garantem resultados? Claro que não. 

Se alguém lhe diz que conseguiu uma fórmula mágica para garantir sucesso perpétuo e perfeito, é melhor que você agarre sua carteira e comece andando em direção oposta. 

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